segunda-feira, 27 de julho de 2015

Livros Sobre Fanzines, Os meus (I) - Dédalo dos Fanzines










No início dos anos  1970 foram editados em Portugal os primeiros fanzines, sendo o Argon o primeiro, em Janeiro de 1972.

Em alguns dos iniciadores do movimento fanzinístico português apareceram textos a debruçarem-se sobre esse tipo de publicações amadoras. Mas só mais tarde se souberam pormenores: tinham surgido nos Estados Unidos, sendo o Cosmic Stories, editado em 1929 por Jerome (Jerry) Siegel, incidindo sobre ficção científica, o iniciador do fenómeno editorial amador e alternativo.

O tema que na Europa iria ser mais comum na fanedição, a banda desenhada, apenas daria azo ao aparecimento do Fantasy World, em 1936, editado por David Kyle.

E o neologismo "fanzine" só seria criado mais tarde, em 1940, por Louis Russel Chauvenet, na sua publicação amadora Detours.

Todos estes pormenores têm sido bastante divulgados ao longo das várias décadas por uns tantos historiadores e investigadores, surgindo o nome de Fredric Wertham como um dos mais fidedignos, graças ao seu livro The World of Fanzines, publicado em 1973, mas em que ele demonstra ter tido conhecimento de um magazine amador (afinal de contas um fanzine) em 1941.

Tanto quanto sei, a bibliografia internacional dedicada ao tema não é muito vasta. E quanto à portuguesa, apenas contém um livro, intitulado Dédalo dos Fanzines - O Catálogo das Publicações Amadoras de Banda Desenhada em Portugal editado em Lisboa.

A edição deste livro em 1997 teve em vista, entre outras finalidades, comemorar o aparecimento em 1972, ou seja, vinte e cinco anos antes, dos oito títulos pioneiros do fanzinato português - Argon, Saga, Quadrinhos, Copra, P.Druillet - P.Caza, Orion, Ploc! e Yellow Kid.

Não há vestígios destes fanzines, nem de centenas de outros que têm surgido no nosso país, na Biblioteca Nacional de Portugal.
Mas em tempos recentes passou a haver maior cuidado na sua preservação, com o acervo da Bedeteca de Lisboa, já com alguns anos, a criação em 2012 da Fanzineteca de Coimbra e, em 2015, a abertura da Fanzineteca da Amadora, esta última incluindo a totalidade do acervo do autor deste artigo, em virtude de doação pelo próprio.
Na fanzineteca mais recente haverá, em devido tempo, um registo cronológico da vasta produção coleccionada pelo fanzinéfilo doador. 

Mas antes de existirem as entidades citadas, foi editado o Dédalo dos Fanzines, o primeiro registo das publicações amadoras dedicadas à banda desenhada editadas em Portugal, feito por ordem alfabética de A a Z, com início no fanzine A Margem e finalizado no Zorck.

Dédalo dos Fanzines - O Catálogo das Publicações Amadoras de Banda Desenhada em Portugal.
Autores: Leonardo De Sá e Geraldes Lino
Edições Temporárias 
Lisboa
1997
72 paginas a preto e branco
Formato: 16x24cm
Capa e contracapa em cartolina fina de cor sépia

domingo, 19 de julho de 2015

Lançamento -Fanzine Kindumba da A.N.A.

domingo, julho 19, 2015




Cartaz do Kova M Festival, na Cova da Moura, onde vai ser lançado o fanzine "A Kindumba da A.N.A."



Capa do fanzine "Kindumba da A.N.A."

Vai realizar-se uma Feira de Literaturas Afrikanas, inserida no Kova M Festival, na Cova da Moura (Buraca/Amadora*), que decorrerá na Biblioteca do Moinho da Juventude, entre 21 e 23 Julho 2015, das 14h às 20h00.

Na citada feira será apresentado o fanzine A Kindumba da A.N.A., que inclui uma banda desenhada sobre o orgulho do cabelo afro, da autoria de Chiquinha. 

O "Kova M Festival" é uma realização iniciada em 2012 naquele local, que tem diversas componentes, sendo uma delas a Feira do Livro.

O lançamento do fanzine, uma edição Afrofanzine, corresponde a uma interessante iniciativa da responsabilidade de Inês Ramos e Raja Litwinof, duas entusiastas de formas culturais africanas. 

Ficha técnica
«A Kindumba da A.N.A.»
Autora: Chiquinha
País: Angola
Género: Banda Desenhada (tiras)
Formato: A4
Nº de páginas: 18
Acabamento: Capas em cartolina castanha, cosidas com lã preta e aplicação de contas coloridas
Tiragem: 150 exemplares numerados
Preço: 5,00€
Data de edição: Julho de 2015


*Cova da Moura, Buraca
Rua Francisco Xavier, 5, Alto da Cova da Moura 
(Buraca - Amadora)
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Chiquinha (Francisca Nzenze de Meireles) nasceu em Janeiro de 1978 em Luanda.
Viveu em Portugal dos 1 aos 13 anos, altura em que voltou para Angola.
Em Angola fez o curso médio de Jornalismo e o curso superior de  Relações Internacionais.
Trabalhou como repórter e redactora na  LAC - Luanda Antena Comercial.
O interesse pelo desenho sempre existiu,  a escrita surgiu depois do nascimento do seu primeiro filho, para quem escreveu um livro que foi editado em Angola pela editora Nzila.
Actualmente trabalha como ilustradora (colaborou com a revista África Imoyé-Brasília) e tem uma página no facebook com cerca de 20 mil seguidores.
Também tem trabalhado em livros infantis, produzindo sempre o que mais gosta: desenhos e histórias.
Vive no Brasil (em Brasília) há sete anos.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Lançamento do fanzine "Violência Electro-Doméstica




Além da invulgaridade do título do fanzine - que remete para o título da banda desenhada que constitui o seu conteúdo, "Violência Electro-Doméstica" -, os seus faneditores Xavier Almeida e "Pato Bravo" (aliás, Bernardo Fachada) tiveram a inusitada ideia de fazerem o lançamento do Nº2 do zine num local inédito e improvável, mas com fortes e antigas conotações alternativas: a Feira da Ladra.

Tratando-se de um mercado sui generis, muito apreciado pelos coleccionadores de tudo e mais alguma coisa, este popular local de Lisboa é bem apropriado para o lançamento de um fanzine, embora, que eu saiba, tal coisa nunca tinha acontecido antes do dia 18 de Julho de 2015, data memorável para o meio fanzinístico.

Portanto, no próximo Sábado, entre as 10h e as 16h, Xavier Almeida e "Pato Bravo" estarão com a respectiva banca cheia de exemplares do segundo número do fanzine junto ao muro do jardim que existe no local.
Eu, faneditor e fanzinéfilo, conto lá estar ao meio-dia.

Correspondendo ao pedido dos editores do zine, aqui fica o texto que elaboraram para o lançamento:


Após o estrondoso sucesso que fez esgotar em pouco tempo o primeiro episódio desta peculiar novela gráfica, eis que surge o segundo episódio de “Violência Electro-Doméstica”, com apresentação marcada para o próximo dia 18 de Julho na Feira da Ladra, em Lisboa, pelos autores Xavier Almeida e Pato Bravo (Bernardo Fachada).

Os acontecimentos misteriosos que marcaram o primeiro episódio deixaram no ar várias perguntas ao protagonista desta série: terá sido imaginação ou é mesmo verdade que o seu frigorífico ganhou vida própria para aterrorizá-lo? Que forças sobrenaturais são estas que dão vida a um electrodoméstico? Como resolver este problema, será que alguém vai acreditar nele?

No segundo episódio de “Violência Electro-Doméstica”, a primeira edição contará com uma impressão de 100 exemplares “de forma a disponibilizar ao público um formato menos dispendioso e que, esperamos, possibilite uma maior abrangência”, segundo Xavier Almeida, artista e coargumentista desta novela gráfica. “No entanto, iremos produzir 5 gravuras originais e numeradas”, prossegue. “Violência Electro-Doméstica” é feita integralmente pelos autores através da técnica de gravura de linóleo.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Festival Silêncio e fanzine "Flanzine"






Vai haver muito barulho, de 2 a 5 de Julho, à volta do Festival Silêncio 2015, na sua 5ª edição. 
Onde? Entre o Cais do Sodré e Santos, passando pelo Jardim D. Luís, de que mostro uma imagem (desfocada, hélas!), ali ao lado do Mercado da Ribeira.

O Festival Silêncio engloba um outro evento, intitulado Zilêncio - Mostra de Zines e publicações independentes, onde se poderá encontrar o Flanzine - pelo título, dir-se-ia um fanzine comestível? - entre as 16h e as 21h.

Há que esclarecer que o evento é bastante abrangente (tanto no programa como nos espaços que ocupa) e tem justas ambições. 
Apercebemo-nos disso ao ler o extenso e bem elaborado texto divulgatório. 
Reproduzo-o, com a devida vénia a quem o escreveu.
                                                ***

O Festival Silêncio é a celebração da palavra enquanto unidade criativa, veículo do pensamento e da criação.
O Festival tem lugar no Cais do Sodré (eixo da Rua de São Paulo), entre os dias 2 e 5 de Julho de 2015 e é um convite aberto à participação, transdisciplinaridade, inovação, experimentação e criação.
Durante quatro dias, o Festival Silêncio oferece à cidade de Lisboa uma programação pensada em conjunto com uma diversidade de artistas, produtores, entidades de criação, estruturas de divulgação e instituições de carácter social e cultural locais, nacionais e internacionais.
O Festival Silêncio é cinema, concertos, conversas, espectáculos, exposições, feiras, intervenções e workshops. É na rua, nas fachadas, nas montras, nas galerias, nos cafés, nos clubes, no museu, na praça.
O Festival Silêncio é a festa da palavra dita, escrita, pensada, encenada, cantada, musicada, filmada e ilustrada.

É um convite à cidade de Lisboa, é de todos e para todos.
Objectivos:
1. Celebrar a palavra como unidade de criação e conhecimento e incentivar a transdisciplinaridade, com uma aposta clara na reflexão, pesquisa, experimentação e inovação artísticas, facilitando a criação de novas ideias e a sua implementação através da colaboração e participação cultural ativa.
2. Assegurar uma programação diversa e inclusiva que promova a proximidade e o diálogo entre audiências, artistas, produtores e agentes culturais, potenciando iniciativas em que o público possa ter um papel activo na construção e na criação do Festival.
3. Desenvolver e assegurar um modelo de festival comunitário que, estimulando novos modos de participação cultural ao nível do bairro, contribua para o desenvolvimento de novas dinâmicas de proximidade local e potencie um sentimento colectivo de pertença, de participação comunitária e de solidariedade cultural.

O BAIRRO
A 5ª edição do Festival Silêncio tem lugar no bairro do Cais do Sodré (eixo de São Paulo), onde os diferentes espaços habitados se tornam palcos e espaços de programação e intervenção cultural. Exceptuando algumas actividades de formação e workshops, a programação é de acesso gratuito, estimulando diferentes dinâmicas de proximidade e de transmissão social e cultural, entre o bairro, os participantes e o público em geral.

AS PARCERIAS
O conceito programático do Festival Silêncio tem como premissa o diálogo interdisciplinar e tem como eixo temático as possibilidades da palavra, enquanto unidade e logos criativo. A programação do festival resulta do envolvimento comum e do contributo de dezenas de parcerias com vários agentes culturais, unidos em torno da criação de um programa que é um diálogo aberto com os participantes, o comércio local, os visitantes e os moradores.
Entre parcerias estratégicas, parcerias de programação, parcerias de divulgação ou parcerias de natureza logística, ao longo dos dois últimos meses, foi criada uma rede de parceiros que integra espaços de comércio e de programação local, assim como diferentes projectos, plataformas e instituições culturais, de âmbito local e nacional.
Esta rede de parcerias e as sinergias criadas tornam o festival um polo de visibilidade e dinamização de projetos e ideias e um ponto de encontro entre todos os participantes, visitantes e curiosos.

OS PERCURSOS
A edição 2015 do Festival Silêncio estabeleceu ainda parcerias institucionais com três entidades de programação, investigação e criação da cidade de Lisboa, nomeadamente com a Casa Fernando Pessoa, a Escola Superior de Belas Artes e a Fundação Saramago
A partir destas parcerias, foram criados três percursos temáticos, criando três caminhos de programação variada a ligar, cada um dos parceiros institucionais, à Praça de S. Paulo.

PARCEIROS DE PROGRAMAÇÃO – A Avó Veio Trabalhar; Associação Oficina do Cego; Associação Sentidos Ilimitados; Colectivo Frame 408/ Pátio Ambulante; Contabandistas de Estórias; Conversas de Lisboa/Arquivo 237; Douda Correria; Escrever Escrever; Falso Movimento – Estudos sobre escrita e cinema; Flanzine; GAU – Galeria de Arte Urbana; GivLOWe; IADE – Creative University; Libreto – Cadernos Artesanais; Lyceu Passos Manuel; Marítimo Lisboa Clube; Mia Soave; Museu da Marioneta; Musicbox; Ordem dos Arquitectos – Secção Regional Sul; Porno Discos; Projecto Lit&Tour: Literatura e Turismo; Restaurante/Esplanada Jardim da Estrela; Tell a Story; Terra Incógnita – IV Festival Internacional de Contos de Lisboa, Literaturwekstatt Berlin.

PARCEIROS DE ACOLHIMENTO –  3D Spot; A Conserveira de Lisboa; A Viagem – Petiscaria Bar; Água de Beber; Arco da Velha; ArtefaB; BDO; Build My Bike; Café Tati; Can the Can; CAO – Café da Ordem dos Arquitectos; Casa dos Ovos Moles em Lisboa; Castro Beer; Champanharia do Cais; Don Castellana; Filart; Forninho da São Roque; Galeria Municipal da Boavista; GivLOWe; Groovie Records; Hamburgueria Gourmet: Café do Rio; Jamaica; La Creperie; La Puttana; Livraria do Desassossego; Livraria Palavra de Viajante; Lounge; Marítimo Lisboa Clube; Menage Strip Club; Mercearia Tosca; MIA Vintage; Musicbox; Ordem dos Arquitectos – Secção Regional Sul; Pachamamma; Pastelaria 4 Estações; Pastelaria Atlântica; Pastelaria Paulista; Piano Aquário (Estúdio Vera Prokic); Povo; Preto no Branco; Quiosque-Biblioteca Jardim da Estrela; Restaurante/Esplanada Jardim da Estrela; Sol e Pesca; Sucrée; Taberna Tosca; Tokyo; Verso Branco; Viking; Wetani

APOIO À PRODUÇÃO ACS – Associação Cais Sodré; Armazém 42; Associação Mais Cidadania; Finepaper; Goethe-Institut Portugal; Lourisom; Mais Skillz; Prosonic; Rosa Filmes
APOIO À COMUNICAÇÃO – Leo Burnett Lisboa; Buran Studio; EC.ON – Escola de Escritas

CONTACTOS:
Festival Silêncio
Travessa dos Remolares, n 11, 2 Esq
1200 Lisboa
Office: 21 343 01 07
Para sugestões de programação: festivalsilencio@ctlisbon.com
Entrevistas e informações:sara.cunha@ctlisbon.com

Apoios Institucionais
CML
DGARTES
JUNTA FREGUESIA MISERICORDIA
Parceiros de Produção
EGEAC
ETIC
Iniciativa Inserida
FESTAS LISBOA

Festival Silêncio 2015