Ilustração de Horácio para a capa do número inicial da colecção Carne Viva
Horácio é um autor português que privilegia a banda desenhada de cariz
pornográfico, puro e duro. Nada de contemplações: se o que ele quer
contar inclui cenas de sexo explícito- e já deu provas anteriores de ser
isso o que pretende -, é o que frontalmente mostra, num estilo de
desenho invulgarmente correcto e... sugestivo.
A sua coragem,
enquanto autor, corre em paralelo com a de responsável editorial, e este álbum vem demonstrar, mais uma vez, que Horácio Gomes tem um papel
singular na banda desenhada portuguesa.
As provas estão nas bandas desenhadas que este volume comporta:
1. Gabinete do Dr. Dildo
2. VHS
Além
do desafiador "Teste-se! Saiba se o sexo ainda o acende, e como!", com
uma curiosa (no mínimo) chave de resultados, e a competente tabela de
soluções, impagável em absoluto.
A acompanhar o volume, está uma separata de três páginas de cujo texto, também de sua autoria, respigo um curto excerto:
"(...)
É um dado comum que o cada vez maior interesse social para com os mais
diversos aspectos da sexualidade humana tem contribuído para que a
sociedade esteja cada vez mais atenta à pornografia - o que tem despertado
não só muita controvérsia, mas também desenvolvido muita fascinação
(...)
(...) Como tal, "Carne Viva" é uma obra que surge
contextualizada no momento certo, enquanto lidando com a sexualidade e a
pornografia, apesar dos riscos que isso possa comportar para mim,
enquanto seu autor. (...)
Infelizmente, a edição ficou-se por este número inicial
Carne Viva
nº1 - Abril 2006
Capa em quadricromia, miolo com 26 páginas a preto e branco
Tiragem: 1000 exemplares
Preço: 6€
Editor: Nova Comix
Travessa Srª da Glória, 22 - 3º - esqº
1170-357 Lisboa
E-mail: nova.comix@sapo.pt
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(*) Porquê classificar como edição alternativa comercial e não como fanzine? Qual a diferença?
Um fanzine
é uma publicação alternativa, amadora, um magazine feito sem intuitos lucrativos por um faneditor (editor
amador), ou por um grupo de entusiastas (editores amadores), ou até por uma
associação sem fins lucrativos.
Uma publicação alternativa comercial
tanto pode ser uma revista como um álbum, editadas por uma pequena
editora normalmente considerada "editora independente", por se dedicar a
um tipo de publicações de temas geralmente não tratados pelas grandes
editoras, mas igualmente com fins lucrativos, pormenor que marca a ténue
fronteira que as separa dos faneditores e seus fanzines.
No caso da edição de BD, prevalece a banda desenhada de cariz underground, dita alternativa.
(*) Nota: Trata-se de opinião própria, não extraída de qualquer obra publicada.Por conseguinte, estou a estabelecer doutrina inédita sobre o assunto.
Geraldes Lino
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