Trata-se de um neologismo, com origem nos E.U.A.
O termo nasceu graças
à junção da palavra fan (ou fã, no
aportuguesamento, com o sentido positivo de entusiasta,
apaixonado), com zine, as duas últimas sílabas
de magazine (equivalente a publicação
ilustrada).
Consequentemente, o
significado de fanzine será o de um magazine
feito por um ou uma fã de um determinado tema e destinado
a fãs desse mesmo tema.
Mais perto de nós, em França, os fanzines surgiram nos anos sessenta, dando prioridade aos textos críticos e de estudo sobre a BD, editados por adultos profundos conhecedores do tema.
Em Portugal, o primeiro fanzine foi o Argon, editado por jovens e com bandas desenhadas também feitas por jovens, datado de Janeiro de 1972.
Os fanzines tratam de variados temas, abarcando ao mesmo tempo, por vezes, alguns deles.
Os preferidos são os seguintes: banda desenhada, cartoon, ilustração, ficção científica, música (pop, rock, heavy metal,etc.), cinema (gore, em especial), literatura (prosa e poesia), política (privilegiando o anarquismo), esoterismo, vegetarianismo, veganismo, jogos de computador, internet…
Os títulos, para além de eventualmente definirem o conteúdo, demonstram com frequência grande imaginação, anti-convencionalismo e até alguma agressividade em relação à sociedade, características que, não raro, também são evidenciadas, e até reforçadas, pelo respectivo grafismo.
A originalidade destas publicações, maioritariamente alternativas e experimentais, incide bastante na apresentação visual, e reflecte-se ainda no formato e número de páginas: tanto uma coisa como outra chegam a ser diferentes de um número para outro, bem como o próprio título. Por vezes, os faneditores (obviamente editores de fanzines), por distracção ou deliberadamente, fazem saltos na numeração.
Várias outras facetas muito próprias caracterizam estes magazines amadores, nomeadamente as seguintes: não são editados com intuitos lucrativos, os seus colaboradores não são pagos, têm pequenas tiragens, habitualmente não respeitam qualquer periodicidade e a distribuição é escassa, apenas feita pelo próprio editor, que os põe à venda em feiras fanzinísticas, nos festivais de BD e nas livrarias especializadas.
Mesmo quando apresentam melhor qualidade gráfica - ao substituirem as fotocópias pela impressão em offset -, têm ISBN, e são distribuídos a nível nacional, continuam a ser fanzines.
Mas se forem editados por profissionais da matéria de que trata a publicação, passam a chamar-se prozines.
Geraldes Lino
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