terça-feira, 15 de setembro de 2015

Fígado da República, O






O Fígado da República é o título de um fanzine faneditado por José Smith Vargas, autor de BD nas horas vagas, com muito talento e invulgar cultura.

Este último factor fez com que se tivesse interessado por uma obra praticamente desconhecida de Raul Brandão, "Os Operários" (parte da tetralogia "A História Humilde do Povo Português"), e que tivesse seleccionado excertos que adaptou à linguagem gráfico-literária da banda desenhada.

Na Parte 1 do fanzine, Smith Vargas ilustrou parcialmente dois temas. 

O que ocupa as primeiras páginas do fanzine  intitula-se "O Operariado e os Governos Republicanos", cujas quatro pranchas ficam reproduzidas no topo da postagem, antecedidas pela capa do zine.

O segundo excerto, sem título e com interferência do fanzinista e banda-desenhista, compõe-se de seis pranchas, cuja acção decorre em Abril de 1918, em Fornalhas Velhas. A principal personagem António Gonçalves Correia, fundador de uma comuna no Alentejo, no extremo da freguesia do Vale de Santiago. Inicialmente, faziam parte da comuna quinze agregados, entre os quais cinco mulheres, que praticavam nudismo. "Tudo nuzinho em pêlo", como diz um aldeão que os observa.

Como se depreende, a existência desta comunidade causou celeuma, mas a sua acção prática e generosa acabou por captar o respeito por parte da população mais pobre, enquanto que os poderosos lhes movem guerra.

Ficha técnica
O Fígado da República
Excertos ilustrados de Os Operários, de Raul Brandão
Formato do fanzine: A4
Miolo: 12 páginas a preto e branco
Autor da adaptação literária e dos desenhos: José Smith Vargas
Editor: José Smith Vargas
Local: Não indicado
Data: S/d [2011] (Por informação do editor) 

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